quarta-feira, 4 de junho de 2025

Agronegócio e Alimentos Orgânicos: Caminhos que se Complementam no Brasil

Por Nicholas Maciel Merlone

Publicado originalmente no Jornal O DIASP, veja aqui!

O Brasil é, indiscutivelmente, uma potência agropecuária. O PIB do agronegócio fecha 2024 com crescimento de 1,81% (CNA Brasil). Além disso, A CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) estima aumento de 5% do PIB do agronegócio em 2025 (CNN Brasil). Com efeito, é um setor que não apenas movimenta a economia, mas também garante empregos, desenvolvimento regional e segurança alimentar para milhões de brasileiros. Sua importância é inquestionável tanto para o mercado externo, que depende dos grãos, carnes e commodities brasileiras, quanto para o mercado interno, que se beneficia do abastecimento constante e dos preços mais acessíveis em grande escala.

Paralelamente, cresce de forma significativa o mercado de alimentos orgânicos. Mais do que uma tendência, os orgânicos se consolidam como uma realidade econômica, social e ambiental. Este segmento, embora proporcionalmente menor, gera milhares de empregos, incentiva a agricultura familiar, promove práticas sustentáveis e atende a um público cada vez mais consciente sobre saúde e meio ambiente. Além disso, agrega valor aos produtos e movimenta uma cadeia econômica que favorece pequenos produtores e o comércio local.

É preciso, portanto, abandonar a falsa dicotomia que opõe o agronegócio aos alimentos orgânicos. Ambos são essenciais, cada um com seu papel específico. O agronegócio sustenta a balança comercial, fortalece a economia e garante a segurança alimentar em larga escala. Por outro lado, os orgânicos contribuem para diversificar a produção, fomentar práticas sustentáveis e atender nichos de mercado que valorizam qualidade, saúde e sustentabilidade.

O futuro da agricultura brasileira não está na exclusão de modelos, mas na convivência inteligente e complementar entre eles. Grandes produtores e agricultores familiares, tecnologia de ponta e práticas sustentáveis, produção em escala e nichos de mercado. Todos esses elementos, juntos, constroem um país mais forte, soberano e equilibrado.

O Brasil tem, portanto, a oportunidade de ser referência mundial não apenas como celeiro do mundo, mas também como exemplo de produção agrícola que alia desenvolvimento econômico, social e ambiental. O agronegócio e os orgânicos não são adversários. São aliados na construção de um país mais próspero, saudável e sustentável.